Enquanto o sacerdote se coloca na frente do altar, ele não reza em direção a uma parede, mas conjuntamente reza com todos em direção ao Senhor, tanto mais porque o que importava até agora não era formar uma comunidade, mas render culto a Deus por intermédio do sacerdote, representante dos participantes e unido a eles.
Por isto, falando da direção da oração, Santo Agostinho, bispo de Hipona, escreve: “Quando nos levantamos para orar, voltamo-nos para o Oriente (ad orientem convertimur) de onde o céu se levanta. Não que Deus só se encontre ali, ou que tenha abandonado as outras regiões da terra… mas para exortar o espírito a se voltar para uma natureza superior, ou seja, a Deus”.
Isto explica porque os fiéis, depois do sermão, se levantavam de seus assentos para a oração, que seguia, e se voltavam para o oriente. Santo Agostinho os convidada para isso freqüentemente ao terminar seus sermões, utilizando, à maneira de frase já consagrada, as palavras: “Conversi ad Dominum” (voltados para o Senhor!).
Aqui se pode evocar uma palavra de São Paulo. Consciente de que “todo o tempo que passamos no corpo é um exílio longe do Senhor. Andamos na fé e não na visão”, ele deseja estar ausente “deste corpo para ir habitar junto do Senhor” (ad Dominum) (2Cor 5,6-8).
Assim, pois, voltar-se para o Senhor e olhar para o Oriente, para a Igreja primitiva era uma única e mesma coisa.
Monsenhor Klaus Gamber, Voltados para o Senhor!
Traduzido por Luís Augusto Rodrigues Domingues